A SERPENTE E O HOMEM


Foi à neve resgatada
Uma cobra por um homem,
Que a levou ao próprio peito,
Quase morta, congelada.

Assim que a pobre se aquece,
Pica o homem mortalmente.
Este pergunta à ingrata
Por que assim lhe agradece.

“–Fazê-lo, sem consciência,
É da minha natureza.
Quem discerne o bem e o mal

É a humana sapiência”.