OS DOIS CACHORROS E A CARROCINHA
Um cachorro vadiava
pela rua, sem destino,
quando um outro o barrou,
com jeito de grã-fino.
“Gostaria de saber
quem uma ordem te deu
de circular frente à casa
onde o domínio é meu”.
De ter ouvido o que ouviu,
o vadio não gostou
e olhando com arrogância,
num instante retrucou:
“Sou dono do meu nariz
e ando por onde quero.
Ninguém da rua tem posse:
Não venha com lero-lero”.
“Você é um vagabundo
e eu vou te mostrar, então,
se, desta rua em que estamos,
eu sou o dono ou não”.
Mal acabou de falar,
atracou-se com o vadio.
Rolaram de um lado a outro:
parecia um desvario.
Mordiam-se, um ao outro,
a força cada um medindo,
quando ouviram o aviso:
“A carrocinha vem vindo!”
No mesmo instante cessaram
os dois cachorros a briga –
o vadio fica na rua,
o atacante se abriga.
À mercê de seu destino,
ia o invasor fugir,
quando o outro o chamou
para a ele se unir:
“Ei, amigo, venha cá
proteger-se do perigo.
Há espaço o bastante
pra nós dois neste abrigo”.
Graças ao outro cachorro,
o vadio se salvou.
Entre os dois pelejadores
a contenda terminou.
Ensina esta história
que, se há maiores perigos,
os rivais devem-se unir
pra vencerem os inimigos.
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